As obras do BRT que desde o início foram denunciadas como uma fraude pelo Movimento Unificado Contra o BRT voltaram a ser pauta nessas eleições municipais. O BRT (que é a sigla em inglês para Bus Rapid Transit) se comprovou como uma grande farsa, com plataformas inservíveis expostas para quem quiser ver em todo o centro da cidade e uma tentativa tão ridícula quanto mentirosa de ser colocado em funcionamento agora nas eleições pela Prefeitura. O projeto inicial aprovado com ônibus articulados e via exclusiva que ligaria as partes norte e sul da cidade (UEFS-Tomba) teve sua finalidade desviada para a construção das trincheiras, e mesmo com os recursos sendo suspensos pela Caixa pelas comprovadas ilegalidades a obra acabou sendo liberada após negociatas espúrias do então prefeito José Ronaldo.
Esse BRT de mentira é mais um dos crimes contra o dinheiro público e o povo de Feira de Santana cometido pelo grupo político do ex-prefeito José Ronaldo e seu atual candidato Colbert Martins Filho. Apresentado como solução mágica para a mobilidade urbana, assim como foi feito com a mentira do SIT (Sistema de Transporte Integrado), a quadrilha que domina nossa cidade associada as máfias empresariais, fez do transporte coletivo de Feira de Santana algo deplorável e um dos piores e mais caros serviços do país, que vive em uma permanente crise e entre um colapso e outro, negando para grande parte da população feirense que não consegue pagar a tarifa absurda, ou nem mesmo as poucas linhas chegam em seus bairros e distritos, o direito fundamental de ir e vir e de ter um transporte verdadeiramente público e de qualidade.
Ocupamos e resistimos nos canteiros das obras do BRT em 2015 por cerca de 2 meses seguidos, mais de 50 dias enfrentando as ameaças da Prefeitura e de capangas, sendo boicotados pelos partidos da esquerda institucional e sofrendo com tentativas de sabotagem, infiltração, chantagem e cooptação, além de diversas ameaças de morte às lideranças, agressões e pôr fim a desocupação violenta e covarde com a invasão ilegal da ocupação à mando de José Ronaldo. Foram 2 meses de ação direta popular e luta combativa, de uma ocupação criativa e solidária com intensas movimentações culturais, debates sobre o direito à cidade, sobre o transporte público, formação política, música, poesia, arte e muita solidariedade e apoio mútuo. Lutamos e vencemos, ainda que parcialmente, impedindo que esse BRT mentiroso destruísse todo o canteiro central da Av. Getúlio Vargas e retirasse as centenas de árvores e os pequenos comércios e pontos que funcionam ao longo da avenida.
Hoje fazem exatos 5 anos, que no dia 26 de outubro de 2015 por volta das 4h da manhã, capangas armados e a guarda municipal arrombaram um dos portões e invadiram pelos fundos o canteiro de obras da trincheira na Av. Maria Quitéria com a Av. Getúlio Vargas ocupado pelo Movimento Unificado Contra o BRT, agredindo e prendendo os cerca de 30 militantes independentes que dormiam no local naquela noite (como relatamos com mais detalhes num texto da época “Feira de Santana: construir resistência popular e enfrentar a barbárie ronaldista”). A mesma violência que depois foi usada contra os artesãos do Centro de Abastecimento e agora é usada contra os ambulantes do Centro. Os capangas, já naquela época, como denunciando recentemente pelo jornal A Tarde, eram contratados através de um esquema ilegal de terceirizados fantasmas pelas Escolas Municipais, prática comum do governo José Ronaldo para aparelhar o Estado e que continua no governo de Colbert Martins Filho.
O BRT, assim como as próprias trincheiras, nunca tiveram viabilidade técnica. Foram obras eleitoreiras para tornar a cidade cada vez mais excludente, onde mais de 100 milhões de reais do povo feirense foram jogados fora. Agora, Colbert, o criminoso que se negou a prestar qualquer assistência ao povo pobre durante a pandemia e segue atacando trabalhadores, como os ambulantes e professores, na sua sanha oportunista para tentar se eleger prefeito acha que pode enganar toda a cidade colocando em funcionando um BRT que não existe, não liga lugar nenhum à qualquer outro e nem mesmo tem uma faixa exclusiva.
A mentira e o crime contra o dinheiro público é a marca dessa quadrilha que governa Feira de Santana há cerca de 20 anos e fez da nossa cidade, a terra de Lucas da Feira, Maria Quitéria, Chico Pinto e tantos outros, um lugar atrasado e retrógrado que vive um verdadeiro apartheid onde os direitos mais básicos como saúde, educação, saneamento e transporte público são negados ao povo trabalhador e à maioria afroindígena e sertaneja das periferias. José Ronaldo e Colbert devem pagar pelos seus crimes. O povo feirense sofrido merece e tem direito à um transporte público digno, sem as empresas mafiosas interessadas apenas nos lucros, com a municipalização do transporte e o controle popular através de um conselho de trabalhadores/as, integração de modais como a bicicleta e e outros, e Tarifa Zero, como deve ser um serviço público essencial.
VIVA OS 5 ANOS DA LUTA COMBATIVA CONTRA O BRT!
CADEIA PARA COLBERT E JOSÉ RONALDO, INIMIGOS DO POVO!
SOMOS RESISTÊNCIA!