A condução fascista do governador da Bahia, Rui Costa, figura proeminente da burocracia petista e que disputa inclusive a indicação de Lula como pré-candidato à presidente, não é novidade alguma para setores combativos que não foram cooptados por cargos e benefícios pessoais desse governo, como grande parte das lideranças corruptas da “esquerda” institucional, do “movimento negro”, de segmentos culturais, dos sindicatos ou a própria direção do MST na Bahia e outros movimentos.
Rui Costa comemorou a matança de 12 jovens homens negros na Chacina do Cabula em 2015 e manobrou com uma juíza corrupta para a absolvição dos policiais, a quem chamou de “artilheiros em frente ao gol”, mantém uma política de segurança pública racista e genocida e uma agenda neoliberal de ataques aos direitos dos trabalhadores e privatizações, dando seguimento ao governo também reacionário que o sucedeu, do sionista Jaques Wagner. A gestão de Maurício Teles Barbosa em ambos os governos petistas na Bahia é responsável pela maior letalidade policial da história de uma Secretaria de Segurança Pública no Brasil. Rui Costa governa com a direita mais facínora que domina as médias e pequenas cidades no interior da Bahia, corta salários de servidos públicos em greve, ataca as Universidades Estaduais, faz campanha contra o direito das audiências de custódias, favorece empresas que destroem o meio ambiente, militariza escolas e reprime movimentos sociais com a Polícia Militar.
Nesse seu segundo mandato escancarou sua sanha fascista, com a tropa de choque dentro da AL-BA para aprovar a reforma da previdência estadual, com o fechamento de escolas e a venda escandalosa do Odorico Tavares em sua lógica de gentrificação, com a privatização da gestão das escolas públicas da educação básica (Portaria 770/2019) e a reforma do ensino médio, além de colocar a Bahia na situação de estado com mais escolas militarizadas do país, com 83 escolas geridas pela PM-BA. Rui Costa não é um bolsonarista do PT, apesar de governar com a mesmíssima agenda da extrema-direita, é a face fascista da ex-esquerda corrupta e comprometida com a agenda neoliberal e anti-povo que ataca a classe trabalhadora e a maioria negra. Foi a política petista em aliança com o PMDB que inflou o Estado policial, inaugurou a ocupação militar de territórios sociorracialmente apartados com as UPPs, invadiu o Haiti massacrando seu povo (com os mesmos generais que tutelam o governo Bolsonaro hoje) e fez dobrar a população carcerária no país, produzindo também uma falsa política social-liberal de combate a desigualdade a partir de uma lógica de consumo, endividamento e despolitização enquanto o governo pode surfar no boom das commodities e na cooptação para seu projeto de colaboração de classes, favorecendo os bancos e o agronegócio. O petismo, somado ao discurso protofascista da mídia burguesa e da predisposição colonial da burguesia brasileira produziu o bolsonarismo, servindo de antessala para o tipo fascismo servil que vivemos agora. Por isso o combate ao bolsonarismo é uma tarefa dupla, que exige também o combate ao petismo, a ex-esquerda traidora, corrupta e hipócrita que continua vendendo ilusões institucionais mesmo diante da besta que ajudou a criar.
A fraude eleitoral que conduziu o miliciano neofascista Bolsonaro ao poder institucionalizou o Estado policial, em um governo tutelado por generais entreguistas, sendo ao mesmo tempo um golpe reacionário preventivo e que agora se traduz em um governo de lunáticos, nazistas e ultraliberais que conduzem em uma espécie de “equilíbrio catastrófico” a destruição completa dos serviços públicos e dos direitos do povo brasileiro. A burguesia brasileira resolveu improvisar a gestão dos seus negócios com um governo de extrema-direita e obscurantista, comprometido com a agenda ultraconservadora de neofascistas e charlatães evangélicos de igrejas reacionárias que exploram a fé e o desespero do povo.
Enquanto Bolsonaro, Moro, Paulo Guedes e o núcleo militar do governo destroem as mínimas garantias sociais da Constituição de 1988, ampliam e institucionalizam o genocídio negro e indígena, atacam a Amazônia, a educação, a saúde e dilapidam o patrimônio público, o desemprego e a informalidade atingem recordes históricos, falam até em privatizar cidades inteiras, fazendo o país regredir à uma condição colonial, a oposição de “centro-esquerda” que governa não só a Bahia, mas boa parte dos estados do Nordeste, segue por um lado sustentando esse governo e cumprindo sua agenda neoliberal e por outro domesticando movimentos sociais e sabotando lutas, com o bloco social-democrata/reformista servindo na prática como de linha auxiliar e braço esquerdo do fascismo.
A crença nas ilusões do populismo lulopetista, oxigenada após sua prisão no lawfare imperialista, continua sendo uma amarra para as lutas sociais e para enfrentamento do neofascismo, e em grande parte, é responsável pela estabilidade no apoio ou apatia de setores da população frente governo miliciano de Bolsonaro e dos generais. É preciso construir uma alternativa popular e revolucionária capaz de esmagar a cultura política do petismo e seus satélites nos movimentos sociais, para poder enfrentar tanto o governo federal neofascista como os governos estaduais da ex-esquerda serviçais do capital, levantando um programa que impulsione a construção de organismos vivos de poder do povo, unidade nas lutas populares e autodefesa contra a violência reacionária. A Greve Geral e a rebelião são os únicos caminhos para sair da beira do abismo em que o povo brasileiro se encontra, derrotar Bolsonaro, o Congresso corrupto, as Forças Armadas reacionárias e o judiciário fascista.