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Chile: uma nova rebelião contra a brutalidade policial e a repressão

O assassinato brutal de Francisco Martínez Romero, um jovem artista de rua de 24 anos na última sexta-feira (dia 5 de fevereiro) pela polícia em Panguipulli, cidade de Valdivia, na região sul do país, faz novamente o Chile arder em chamas com a revolta popular. O assassinato de Pancho (ou Franco), como era conhecido o malabarista, por um carabineiro (nome dado a polícia chilena) foi filmando em plena luz do dia e logo se espalhou pelo país, causando uma nova onda de protestos e confrontos.

O povo chileno em uma nova jornada de lutas, também pela libertação dos presos políticos da revolta popular, ergue barricadas nas ruas e toma praças públicas. Em Panguipulli, a prefeitura e a comissaria de polícia arderam em chamas, o Tribunal de Justiça e outros prédios públicos também foram incendiados em uma reposta contundente e decidida do povo trabalhador e da juventude combativa para exigir justiça por Francisco Romero.

Diversas organizações combativas chilenas convocam jornadas para que a revolta de Panguipulli se estenda por todo o país, tomando a forma de Greve Geral e uma nova fase da rebelião. O governo de Sebastián Piñera novamente treme dentro do palácio de La Moneda, herdeiro da ditadura brutal do narcotraficante Augusto Pinochet que assassinou mais de 30 mil pessoas e introduziu a gestão neoliberal no nosso continente, e que conhecemos bem, visto que o atual ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, trabalhou para a ditadura chilena.

A fúria popular no Chile que se iniciou em outubro de 2019, a partir dos protestos contra o aumento das passagens de ônibus e metro em Santiago, tomou forma de uma rebelião permanente e durou até o início da pandemia de Covid-19. A repressão covarde do governo, forças armadas e da polícia resultou em cerca de 200 denúncias de violência sexual praticada pelos agentes do Estado, 450 atos de torturas, 800 de uso excessivo da força, além de 32 mortos e mártires da revolta, com centenas e centenas de feridos. Para criminalizar as lutas do povo, 25 mil pessoas foram processadas e 2.500 foram colocadas em prisão preventiva, com a acusação de participarem dos protestos por direitos sociais e vida digna para o povo chileno. Não por acaso, Pancho, que foi falsamente acusado de porte de arma branca para justificar seu assassinato covarde, era tio do jovem Anthony, um menor de idade que caiu da ponte Pio Nono no rio Mapocho em outubro do ano passado tentando escapar da repressão de carabineiros durante os protestos.

Com o regime político acuado e mesmo tentando ceder com o processo constituinte ou reformas na polícia e forças armadas, o governo reacionário, corrupto, neoliberal e fascista de Piñera, que também é responsável por uma gestão desastrosa da pandemia, ver nascer uma nova chama de revolta popular. Que a justiça seja feita para Francisco Martínez e todos os mártires do heroico povo chileno. Que a rebelião, o socialismo e a revolução social sejam os caminhos para os povos.

JUSTIÇA PARA FRANCISCO MARTÍNEZ ROMERO!
LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS DA REVOLTA POPULAR!
ABAIXO A REPRESSÃO E O GOVERNO REACIONÁRIO DE PIÑERA!
POR UMA SAÍDA REVOLUCIONÁRIA E SOCIALISTA PARA O CHILE!

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