O transporte público de Feira de Santana vive uma crise permanente e um colapso do sistema é iminente, o criminoso aumento da tarifa vai excluir ainda mais a população pobre e trabalhadora do direito fundamental de ir e vir, do acesso aos serviços, à educação e ao trabalho. A tarifa absurda e a falta de linhas segrega os bairros da periferia e a zona rural, enquanto a Prefeitura utiliza dinheiro público para perseguir ligeirinhos e corta linhas de vans para as comunidades rurais. As duas empresas que operam o sistema alegam um lucro abaixo do contrato de concessão por falta de passageiros, utilizam uma frota insuficiente e maquiada, oferecem um dos piores serviços do país e o valor pago por quilômetro rodado é um dos maiores do Brasil, senão o mais caro.
O Sistema Integrado de Transporte, o SIT, apresentado como solução mágica não passou de uma mentira com falência prevista, agora a farsa do BRT, que teve obras ilegais impostas com repressão e um projeto modificado para o centro que nem mesmo tem condições técnicas de ser implantado, segue exposta com estações inservíveis nas maiores avenidas da cidade, como uma piada de mau gosto e exemplo de absurdo. As empresas ameaçam romper o contrato e esse novo criminoso aumento da tarifa para R$ 4,15 em dinheiro, que já é absurda e baseada em cálculos fraudados na planilha de custos, vai diminuir ainda mais o número de passageiros e produzir um novo colapso do sistema. Esse é o legado da gestão de duas décadas do grupo político liderado pelo ex-prefeito José Ronaldo (DEM), de qual faz parte a atual gestão de Colbert Martins Filho (MDB), que no segundo semestre de 2015 deixou a segunda maior cidade da Bahia e primeira do interior do Nordeste por mais de dez dias sem nenhum ônibus circulando, quase duas semanas sem qualquer transporte público em uma cidade com cerca de 700 mil habitantes, e antes disso, as diversas cenas de ônibus pegando fogo por problemas técnicos, sendo empurrados por passageiros, quebrados ou provocando acidentes podiam ser vistas quase que diariamente.
Os gastos com transporte coletivo consomem quase 1/3 do orçamento de uma família trabalhadora e chegam a ultrapassar os custos com alimentação. É preciso tirar a lógica do lucro do transporte público e passar o controle das empresas mafiosas e da SMTT para o povo, o transporte público deve ser gratuito, com tarifa zero e gestão dos trabalhadores, estudantes e comunidades, através de uma empresa pública municipal ou metropolitana, integrado com ciclovias e diferentes modais de mobilidade urbana que respeitem o meio ambiente e conectem a cidade, principalmente a população dos bairros distantes do centro e comunidades rurais, possibilitando o direito de ir e vir e assegurando o transporte público como um serviço essencial.
É preciso tomar as ruas, com ação direta e luta combativa, repetindo os levantes de 2003 e 2013 que reduziram a tarifa na cidade e encurralaram os ladrões da Prefeitura e as máfias das empresas, para por fim ao conluio entre empresários e políticos e acabar com o teatro do Conselho Municipal de Transporte, que apenas referenda as planilhas fraudadas das empresas, conquistando um transporte verdadeiramente público, como direito do povo trabalhador e da juventude.
ABAIXO O AUMENTO DA PASSAGEM! TRANSPORTE PÚBLICO É DIREITO DO POVO!
POR GESTÃO PÚBLICA, TARIFA ZERO E CONTROLE POPULAR DO TRANSPORTE PÚBLICO!