O povo do Equador se ergue, poderoso. Povos indígenas, trabalhadores/as, camponeses/as e estudantes ocupam as ruas, fecham estradas, cercam os prédios dos governos e autoridades locais, enfrentam a polícia e o exército, tomam cidades e liberam territórios do controle estatal-capitalista. A insurreição que toma conta do país tem um forte caráter autônomo e espontâneo, não se submetendo as tentativas de tutela do correísmo (corrente ligada ao ex-presidente Rafael Correa) e foi iniciada pela mobilização espontânea de motoristas contra o aumento de 120% dos combustíveis e pelo “paro provincial” em Carchi, antecipando o chamado da CONAIE (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador) para o dia 15 de outubro. É uma resposta do povo ao pacote neoliberal do governo Lenín Moreno e do FMI, que também ataca os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores.
Em represália, o governo de direita de Lenín Moreno, eleito pelo Alianza País com apoio do agora seu ex-aliado e auto exiliado Rafael Correa, decretou “Estado de Exceção” e acendeu de uma vez a chama da rebelião. A Greve Geral, ou Paro Nacional de 3 de outubro, tomou proporções de um gigantesco levante popular em todas as partes do país. Povos indígenas decretaram seu próprio “Estado de Exceção” em seus territórios ancestrais. Há saques em grandes lojas nas cidades, militares presos pelos manifestantes, sublevações da costa do pacífico à região amazônica, passando pela região andina, confrontos de grandes proporções com a repressão, tanques de guerra nas ruas, jornalistas espancados, milhares de lutadores presos e alguns mortos. Manifestantes também desligaram os sinais das TVs vendidas ao governo neoliberal que mentiam sobre à justa e legítima rebelião do povo equatoriano, tendo em sua vanguarda os povos indígenas e sua organização, a CONAIE.
Mais de 20 mil indígenas em marcha acabaram de chegar nesta noite de 7 de outubro na capital, Quito, com o objetivo de derrubar Lenín Moreno e todo seu governo, denunciam também a repressão ordenada pelo governo e o alto comando do exército equatoriano pelas detenções arbitrárias, centenas de feridos e lutadores assassinados nas manifestações e bloqueios. Outra Greve Geral foi convocada pelas organizações populares, de trabalhadores/as, mulheres, estudantes e indígenas para próxima quarta-feira, dia 9 de outubro. O povo insurgente do Equador mostra o caminho para os demais povos da América Latina: a greve geral, a luta popular revolucionária, as barricadas e a ação direta, a insurreição popular para derrotar os governos, os patrões, o imperialismo e a agenda neoliberal.
SOLIDARIEDADE AO LEVANTE DO POVO EQUATORIANO, CONTRA O PACOTE NEOLIBERAL E A REPRESSÃO DO GOVERNO LENÍN MORENO! VIVA A INSURREIÇÃO POPULAR!