Aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade,
Aos desempregados e desempregadas,
Aos moradores das favelas, periferias e ocupações urbanas
Aos estudantes do povo,
Aos camponeses e camponesas, famílias assentadas e sem-terras,
Às comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas,
Aos grupos radicais, antifas, comunistas e anarquistas,
Aos lutadores e lutadoras que enfrentam todas as formas de opressão e exploração.
No mês de junho de 2020, completam-se dez anos desde os primeiros esforços organizativos que dariam origem à Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB). Neste mesmo mês, completam-se sete anos desde as batalhas conhecidas como Jornadas de Junho de 2013, a maior rebelião popular no Brasil nas últimas décadas. É também um mês em que lembramos quatro anos do massacre de Caarapó, que vitimou guerreiros da resistência Guarani e Kaiowá.
No mesmo espírito da insurgência negra que tem tomado cidades de diversos países após o assassinato de George Floyd e que, no Brasil, reivindica também a memória de diversos homens e mulheres, adolescentes e crianças pobres e negras vitimados pela violência racista da polícia brasileira, nos levantamos em mais um junho de lutas.
Estamos observando o crescimento da pandemia que, em meio a luta de classes, tem assumido características de guerra biológica, no sentido da pressão pela infecção em larga escala ser conscientemente promovida por setores da classe dominante para “salvar a economia”. A população mais pobre é e será a mais afetada. A situação piora com a precariedade da saúde pública, as demissões e falta de auxílio adequado dos governos. As condições dos trabalhadores brasileiros mais do que justificam, exigem, a rebelião.
As decisões de governantes como Bolsonaro, Mourão, governadores e prefeitos sobre as restrições e permissões durante a pandemia de Covid-19 mostram claramente não passam de capachos dos empresários e proprietários. Já somam quase 40 mil mortos subnotificados no país, a maioria, trabalhadores pobres, negros e negras e moradores de periferias. Esse trágico número de mortes não é uma fatalidade. É uma escolha política e econômica. E aqueles que escolheram, devem pagar por isso.
Nós não temos dúvidas: a única forma de fazer com que os ricos paguem pelo sofrimento que causam ao nosso povo é a rebelião. É incendiar os guetos e os centros urbanos, assim como, levantar as terras indígenas e quilombolas, contra a pobreza, o racismo, as demissões e cortes salariais, contra a negligência dos governantes com a saúde do povo e contra a ganância dos empresários parasitas.
Só um movimento de resistência de massas pode deter os policiais que assassinam nosso povo e os ricos que mandam que eles nos matem. Por que até agora, governo nenhum, por mais democrático que se diga, impediu o genocídio. Não acreditamos nas eleições, não acreditamos no pacifismo. Acreditamos na força do povo em fúria, organizado e capaz de se autodefender e conquistar por si mesmo os seus direitos, sua liberdade e uma vida justa.
Convidamos a todos os lutadores e organizações radicais que estão furiosos com o governo assassino de Bolsonaro e Mourão, com os governadores, prefeitos, patrões e fazendeiros e que sabem que é preciso reagir para se juntar a nós em uma Jornada de lutas nacional, entre os dias 13 e 23 de junho. Com essas atividades e protestos, denunciaremos as medidas dos poderes políticos e econômicos em relação a saúde pública, condições sanitárias, trabalho e renda e, com isso, esperamos oferecer ainda mais inspiração para a rebelião das grandes massas de nossa classe contra o racismo, o fascismo e toda a podridão capitalista. Porque só a luta muda a vida e só o povo salva o povo! Avante, camaradas!