“É necessário avançar na maior convergência possível entre a Homossexualidade e a Revolução. O proletariado revolucionário deve, portanto, estar convencido da necessidade da emancipação homossexual, mesmo que isso não tenha relação direta com a vida de parte da classe trabalhadora, e considerar este tema no mesmo grau que o combate ao racismo contra as mulheres e os homens do povo negro, por exemplo. Por sua vez, trabalhadores homossexuais devem entender que sua libertação pode ser total e irreversível apenas através da revolução social, ou seja, quando a sociedade de forma geral avançar em sua libertação, não apenas moral, mas na transformação revolucionária da vida.
Esta convergência, para funcionar, deve considerar uma nova perspectiva de revolução social. […] Somente um verdadeiro socialismo libertário, antiautoritário e antiestatal será capaz de promover a libertação, definitiva e concomitante, do homossexual e do trabalhador explorado pelo capitalismo.”
Trecho livremente traduzido do texto “Homosexualité et Révolution” de Daniel Guérin (1904-1988), militante socialista libertário e anticolonial francês, fundador da Frente Homossexual de Ação Revolucionária (FHAR).