QUEM SOMOS
A Casa da Resistência é um centro de cultura e luta que existe desde 1º de Maio de 2009 na cidade de Feira de Santana (Bahia). Iniciada como uma ocupação urbana no centro da cidade, nosso centro social autogestionário desenvolve atividades comunitárias há 14 anos e funciona em um espaço recuperado conquistado pela luta combativa e autônoma, mantendo desde então uma linha revolucionária e anticolonial.
Retomando a tradição dos antigos ateneus e voltada para a educação popular, a cultura rebelde, a formação militante e a organização de lutas populares, a Casa da Resistência é uma importante experiência e referência político-social no país, articulando o conceito de espaço solidário, os métodos do movimento sem-teto e da cultura squatter, com todas as nossas atividades e manutenção sendo financiadas de forma coletiva e independente do Estado, seus governos, partidos políticos institucionais e empresas.
Ao longo desses 14 anos a Casa da Resistência tem desenvolvido atividades diversas, além de organizar e apoiar importantes lutas. Com o início da pandemia articulamos, com outras organizações comunitárias, o Comitê de Solidariedade Popular – Covid-19 – Feira de Santana, que inspirou também a formação de comitês em outras cidades da Bahia e do país, realizando dezenas de ações solidárias em defesa da vida nas comunidades pobres da cidade, beneficiado mais de 500 famílias e dando início também a projetos como a Equipe de Desinfecção Comunitária e a Cozinha Comunitária.
Mesmo com as restrições provocadas pela pandemia nossos Projetos Autogestionários também funcionando parcialmente em nosso espaço. A Biblioteca Popular Aloísio Resende, uma biblioteca comunitária e aberta ao público, a Cooperativa de Artes Gráficas Uhuru, nossa gráfica e estamparia, onde produzimos camisetas, impressos, jornais e livros, a Sala Popular de Cinema Olney São Paulo, onde as sessões do cineclube comunitário passaram a ter exibições online provisoriamente, e os nossos Cursos de Formação Militante, que são atividades intensivas de formação política agora serão realizados pela Escola de Formação Mário Alves, vinculada ao Movimento de Unidade Popular (MUP).
A origem de nosso projeto é datada ainda de 2005, com a Associação Feirense de Estudantes Secundaristas (AFES) e o Espaço Rebeldia, local vizinho de nosso atual espaço. A ocupação inicial foi organizada entre os dias 28 e 29 abril de 2009 pelo Coletivo Quilombo, organização estudantil e comunitária que se articulava nacionalmente na antiga Resistência Popular e no ELAOPA (Encontro Latino-Americano de Organizações Populares Autônomas) e pelo Vermelho e Negro, grupo anarquista fundado em 2005 que construiu também o Fórum do Anarquismo Organizado (FAO). Com a desarticulação desses grupos a partir de 2011, um novo coletivo da Casa da Resistência foi formado em 2015, iniciando uma nova etapa de luta e organização.
Em 2015, participamos da organização e articulação da histórica 4º Marcha Internacional Contra o Genocídio do Povo Negro que aconteceu em 24 de agosto, em Salvador (BA), e passamos a construir a Campanha Reaja ou Será Morto/a, onde articulamos a seção da Reaja no interior da Bahia e editamos o jornal Assata Shakur. Em 2016 protagonizamos a ocupação contra as obras do BRT, derrotando parcialmente o projeto da prefeitura de Feira de Santana, e iniciamos também a construção da Escola Comunitária Joquielson Batista, como espaço de educação e organização da comunidade sem-teto Quilombo Lucas da Feira. A partir de 2017, começamos nossa participação na FOB (Federação da Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil) da qual nos retiramos em 2021 para iniciar, em conjunto com o Comitê de Solidariedade Popular, a construção do Movimento de Unidade Popular – MUP, com a Casa da Resistência hoje sendo também sede do movimento na Bahia.
Além de atividades culturais, oficinas e espaços permanentes de debate e organização, fundamos em 2017 o Centro Popular George Américo, um entidade sem fins lucrativos para promoção de direitos humanos e sociais, temos participado também ao longo desses anos de lutas gerais pelo direito à cidade e contra a gentrificação, da campanha contra o genocídio do povo negro, o racismo e a brutalidade policial, desenvolvido o trabalho da Escola Comunitária Joquielson Batista, organizado periodicamente os Mutirões Comunitários em ocupações, favelas e periferias, além do programa comunitário Favela Viva, para apoiar famílias em situação de vulnerabilidade.
• A Casa da Resistência é um centro popular de cultura que existe desde 1º de Maio de 2009, constituído a partir da ocupação urbana de um imóvel abandonado há cerca de 20 anos no centro da cidade de Feira de Santana.
• A Casa da Resistência tem como o objetivo, desde uma perspectiva socialista e anticolonial e da afirmação do protagonismo do povo pobre e trabalhador como sujeito fundamental da ruptura revolucionária e da destruição do Estado capitalista, funcionar como um espaço solidário, onde diversos setores do nosso povo constroem relações, articulam lutas e projetos em comum.
• A Casa da Resistência é também uma escola de formação militante, construída através de uma dinâmica permanente de formação e cultura, vinculada à um programa com centralidade no trabalho comunitário, no controle territorial e na organização por local de estudo e trabalho, elaborando modelos de serviços comunitários e servindo como espaço para organização e articulação dos diversos setores populares.
• A Casa da Resistência é um espaço autogerido, com métodos decisórios coletivos, sob responsabilidade do seu coletivo de militantes e uma secretaria executiva com funções de organização, comunicação e finanças. É autofinanciada através de colaborações voluntárias, doações, trabalho cooperativo, projetos e atividades diversas, além de uma rede de apoiadores. Todos os aspectos legais e jurídicos relacionados à Casa são de incumbência do coletivo da Casa da Resistência.
• A Casa da Resistência reivindica e reconhece o conjunto de métodos forjados historicamente pelas lutas de libertação dos povos, a ação direta, o protagonismo popular e a auto-organização. Fora do controle e tutela de organismos estatais e paraestatais, a Casa da Resistência se incorpora ao projeto socialista revolucionário de destruição da civilização capitalista, da supremacia branca, do patriarcado e da homofobia, e da construção de um mundo novo.
• Os critérios de participação, ingresso e saída do coletivo da Casa da Resistência, assim como as regras de convivência, são definidos no nosso regimento interno. As normas de segurança devem ser seguidas por todas e todos militantes, apoiadores e frequentadores do espaço.
* Documento atualizado em 1º de maio de 2023.